TERRA ESCOLA
(Desculpe-me, mas não basta falar só de flores e amores)
Não mate, não roube, não traia…
Não seja vil, invejoso, maledicente…
Seja amoroso, tolerante, caridoso…
Ame teu próximo, perdoe, seja decente.
Caminhos de cura na simplicidade da boa conduta.
Mas, para complicar, optamos pela disputa
ao dominar o outro pelas travas ideológicas
e o rigor das instituições.
Impondo a beleza e o comportamento em padrões.
Esfolando o próximo pelo poder e monopólio da riqueza.
E o que temos, além da expansão da pobreza?
Detração, roubos, homicídios, suicídios,
conflitos armados, nações invadidas e etnias dizimadas.
Meio ambiente destruído
e animais mortos em larga escala.
Enfermidades físicas e psíquicas em dimensão planetária.
Ah, Terra Escola, há milênios
repetimos de ano nas tuas regras mais primárias.
À despeito da alta tecnologia e avanço da ciência,
brigamos com leis básicas que comandam o universo,
registradas em nossa consciência.
Chega dos palavreados vazios dos gurus sem noção
buzinando tolices ao meu ouvido.
Agora, eu decido.
Volto ao teu banco de escola, Terra,
reaprendendo a pensar por mim,
reeditando o previsível fim
pelo caminho da automaestria.
Comungando com os de boa-fé, que,
tendo ou não religião,
buscam sabedoria.