O QUE ME PREENCHEU DESTE VAZIO?
Os livros que ainda não li,
amores que não deixei fluir,
pontos de vista que não entendi.
O tempo solitário com os outros,
que roubei de mim…
Tudo concretou a viga mestra
que, desconfio,
virou meu eixo e não sei traduzir.
Esse vazio
delineado em um ponto de interrogação
repleto dos insights que não tive,
da fé órfã de um deus prescrito,
da incidência de um mundo paralelo
que apenas sinto.
Esse oco cheio de tudo,
que torna a realidade periférica,
empurra-me ao encontro do Indecifrável
e se faz rota de um desassossego incurável.