O NOSSO EU QUE SURPREENDE
No mimetismo que nos protege
nos desenhamos iguais aos demais.
Camuflando nossos traços
para não sofrer rechaços
e desfrutar de uma frágil paz.
Mas o eu, que trazemos no íntimo,
e que, por vezes, desconhecemos,
aflora em nossos repentes,
desconfortos e tropeços.
Ninguém é
e nem pode ser igual a ninguém,
sob pena de trair a soberania
de sua consciência.
Negando o conteúdo inigualável
da essência.
Os que querem nos padronizar
detêm o poder político-econômico,
impondo padrão para manipulação.
Em contraponto,
que aflorem nossos eus,
admirando-nos em nossas singularidades.
Acolhendo-nos no exercício são
das nossas liberdades.