DO AMOR PERVERSO E SUAS TIRANIAS
Do amor não quero o medo
nem a possessividade
ou os ciúmes de uma afeição travessa,
que por alquimia reversa
transmuta sublimes sentimentos
em tormentos.
Dispenso os mandonismos
e os afagos fraudulentos.
A moeda de lata da sedução barata.
Rejeito os arroubos de paixão com seu sofismo,
em redemoinhos emotivos infindáveis e cansativos.
No amor quero o desapego,
a minha autonomia existencial.
A plena aceitação prévia de uma possível partida,
selando minha paz com o desprendimento na despedida.
Do amor perverso
descarto até os versos.