QUANDO O POEMA É QUASE UM GRITO

 

QUANDO O POEMA É QUASE UM GRITO

Há tanto da vida que não sei lidar.

Observo, tolero, me exaspero

com a intromissão do outro

que está sempre a espreitar.

Há tantas reentrâncias perturbadoras

nas relações humanas que me dão cansaço…

Faço-me de aço para suportar!

Se se aproxima, dependendo gosto,

mas também me irrito.

Me distancio e depois,

num lampejo quase heroico,

tento ou deixo se reaproximar.

Não há nada material que possa

essa sensação sem nome escoar.

Meu movimento de porco-espinho

vira quase um rito.

Então, escrevo como um grito

sem de mim sentir pena.

Espremo, sem clemência,

palavras revoltas num poema.

Todas as personagens, cenários e enredos pertencem à autora. É proibida a utilização deles sem prévio consentimento. Prerrogativas preservadas pela Lei de Direitos Autorais número 9.610/98.
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NEIVA

NEIVA

Biografia da autora

Sou livre pensadora e gosto de escrever.
Tenho curiosidade por tudo o que é imaterial e permeia a vida
humana na Terra e em outras dimensões.
Tenho formação na área do Direito, mas prefiro trafegar por vias
transversas e imprecisas.
Gosto de quem gosta de ideias e está se esforçando para ampliar sua
consciência como ser humano.