O BIG BROTHER DA VIZINHANÇA.
Posicionou a luneta no pequeno terraço para o seu divertimento de Natal, observando as famílias disfuncionais do prédio vizinho. O sujeito que dançava bêbado em meio aos familiares aborrecidos, a esposa surtada diante do peru queimado, o bate-boca de parentes sobre política, o Papai Noel com a calça rasgada pela fúria infantil por presentes…
Entre gargalhadas, pensava o quanto era bom estar sozinho e não ter que passar por aqueles perrengues. Até que se desequilibrou da cadeira alta e caiu batendo a cabeça na quina de uma mesinha de pedra. Já quase perdendo os sentidos, sabia que restava pouca esperança de ser socorrido a tempo, pois os “malditos vizinhos” estavam ocupados demais com suas próprias vidas…