Dedinho de PROSA…
A rejeição ao vitimismo não pode nos fazer esquecer das vítimas. E onde há vítima há dor.
Tem sido comum taxarem como vitimistas os movimentos que reivindicam direitos de minorias, desviando as discussões do conteúdo para a forma. É certo que pode existir equívocos na forma de abordagem, mas eles não invalidam os gritos dos desvalidos diante das injustiças. Assim que, críticas ao movimento feminista não podem ser mais importantes do que acabar com a matança de mulheres; julgar que o movimento negro exagera na sua percepção de racismo não pode ocultar o analfabetismo branco sobre os impactos históricos da escravidão; o incômodo de certos setores à atuação do movimento LGBTQIA+ não pode ganhar mais visibilidade do que o preconceito ostensivo e criminoso contra homossexuais. E por aí vai. O que não falta são minorias de gênero, étnicas e sociais alvos de discriminação e violência. Independentemente de como esses movimentos se expressam, e eventuais rótulos políticos e ideológicos, há algo mais importante: aguçar nossos sentidos para compreender e acolher a dor do outro.