A MATA NA CIDADE DE PEDRA

Selva de Pedra

A MATA NA CIDADE DE PEDRA

Furo
a paisagem de cimento
com o olhar que enxerga para dentro.
Incorporando
um aborígine com sua mirada para a lua
que a floresta enfeita.
No mais profundo da noite
em que a força do sol espreita.

Troco
as sirenes e gritos da Pauliceia na madrugada
por ruídos sincrônicos do silêncio da mata
no meu imaginário em fúria.
Onde meu eu primitivo mantenho desperto
marretando edifícios que escondem corpos celestes
e sequestram meus sonhos para o deserto.

Ignoro
o  asco exalado pelo rio morto,
invocando o cheiro vivo das águas,
o trabalho ininterrupto da terra,
o verde adormecido e orvalhado
e a bicharada liberta,
mostrando que sou mesmo é dali.
Um humano
que é terra,
que é bicho,
que é verde e
que é água.
Que mora na cidade de pedra,
mas desagua a alma no mato, na selva.

Todas as personagens, cenários e enredos pertencem à autora. É proibida a utilização deles sem prévio consentimento. Prerrogativas preservadas pela Lei de Direitos Autorais número 9.610/98.
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NEIVA

NEIVA

Biografia da autora

Sou livre pensadora e gosto de escrever.
Tenho curiosidade por tudo o que é imaterial e permeia a vida
humana na Terra e em outras dimensões.
Tenho formação na área do Direito, mas prefiro trafegar por vias
transversas e imprecisas.
Gosto de quem gosta de ideias e está se esforçando para ampliar sua
consciência como ser humano.