NESTES TEMPOS

NESTES TEMPOS

Que o meu choro
recicle as aguas paradas da indiferença do outro.
Que as chagas, o fim do corpo
e as sequelas do outro
sejam o ancoradouro da minha empatia.
Que nossos olhares perdidos se encontrem na agonia
e se unam para construir uma nova morada
neste planeta mãe,
que habita a casa do pai.

Nestes tempos
de ruína coletiva,
que uma nova ordem,
transpondo ideologias,
vingue como fruto
da soberania da existência singular.
Firmando valores universais que resguardem direitos individuais.
Que a cor
não seja motivo de dor.
Que a orientação prevalente,
em qualquer sentido,
seja uma escolha intocável do indivíduo.
Que a fome de comida
seja banida da Terra pelos ávidos de justiça.
Que a equidade na distribuição de renda
seja valor moral
e não um pressuposto de regime econômico.
Que desigualdade vire verbete anacrônico.
Que saibamos aninhar nossas diferenças
no berço aquecido da benevolência.
Que as vozes de alguns não se imponham
sobre a voz de cada um
ecoada no todo.

Nestes tempos
em que a descrença
um futuro distópico vaticina,
que o zelo pela unicidade das individualidades
seja a nossa vacina.

 

Todas as personagens, cenários e enredos pertencem à autora. É proibida a utilização deles sem prévio consentimento. Prerrogativas preservadas pela Lei de Direitos Autorais número 9.610/98.
A permissão para visualizar ou imprimir materiais deste site é concedida apenas para uso pessoal e não para fins comerciais.

Facebook
LinkedIn
Twitter
Pinterest
WhatsApp
NEIVA

NEIVA

Biografia da autora

Sou livre pensadora e gosto de escrever.
Tenho curiosidade por tudo o que é imaterial e permeia a vida
humana na Terra e em outras dimensões.
Tenho formação na área do Direito, mas prefiro trafegar por vias
transversas e imprecisas.
Gosto de quem gosta de ideias e está se esforçando para ampliar sua
consciência como ser humano.