Neste maio de 2021, em que o vírus da covid-19 continua espreitando os lares de forma tão ameaçadora, não dá para deixar de pensar nas dores das mães.
Jovens mães que não resistiram ao parir, sem poder aninhar seus rebentos.
Mães mais maduras que sucumbiram e partiram sem se despedir dos filhos sequer com um beijo, que tem o poder de nos saciar a alma feito água em um corpo sedento.
Mães enlutadas por seus parceiros que pereceram pelo vírus ou seus efeitos, tendo que manter seus filhos erguidos, mesmo com o coração triturado e suas forças vulneráveis até ao relento.
mães que sobreviveram aos seus filhos enfermos, sem compreender as trapaças do tempo que quebram o acordo de separação materna pelo envelhecimento.
Mãe absorve a dor dos outros até por empatia. O padecimento de uma mãe não se mensura. Estoura os limites do sofrimento.
Em reverência às mães.
Em especial:
Olindina, que teve que partir sem beijar o seu filho Lincoln.
Lennara, que aos 23 anos não pôde conhecer sua filha Àgatha.
Gisela, que mesmo enlutada por seu amado Sérgio se mantém em pé pelos filhos.
E Dona Deá Lúcia, que se despediu do seu filho Paulo Gustavo fora do combinado.