BAGAGEM INVISÍVEL
Falo no presente do que nunca li com os olhos de agora.
Sinto as emoções buriladas e as mal trabalhadas
de existências de outrora.
Penso, fazendo novas conexões
a partir de regressões em que a minha mente se ancora.
Trago,
como peso posto nas costas,
uma bagagem de imperfeições
que ainda não vejo na totalidade.
Que se exprime como grito abafado
à revelia da minha vontade.
Venho acumulando ao longo desta jornada infinda
com estratégicas paragens,
tesouros, penduricalhos e lixos.
Em quais porões das moradas que habitei
ainda guardo meus vestígios?